sexta-feira, 12 de setembro de 2014

                             88888888888888888888888888
     
                                         Carlos Nejar
 
    
 
           Um dos raros eruditos do pensamento brasileiro de hoje.



Matusalém de Flores confirma a intimidade entre prosa e poesia, entre filosofia e literatura, entre o homem e a palavra. A dicção imperiosa do autor encontra, no imaginário do sagrado, elementos ficcionais de alto relevo, imagética e significado, como a eternidade e a luminária do causídico da humanidade (redenções maiores da extensa obra valorativa do bardo gaúcho).

A obra-prima romanesca Matusalém de Flores representa uma evolução no panorama literário de Carlos Nejar, que antes já havia revelado, de sua pena clássica, momentos gloriosos da escrita contemporânea, nas páginas dos livros: Riopampa (2000); A Engenhosa Letícia do Pontal (2003); Carta aos Loucos (2008) e A Vida Secreta dos Gabirus (2014).

O título Matusalém de Flores é uma confluência de inventividade e absurdo. A personagem Noe Matusalém é metáfora do desígnio de Cervantes, que Carlos Nejar inventaria do Dom Quixote de La Mancha, recriando um livro de teor poético inimaginável, texto proparoxítono, que amplia realidades de beleza, em passagens espantosas como "Somos caranguejos se arrastando atrás de nossa oculta origem" ou "Os sonhos só apanham alma quando se efetivam" ou ainda "Na grandeza humana o rato some".

Carlos Nejar observa as máximas populares, reedita ideias, aproxima o leitor para que esse veja a sua visão privilegiada e profética, o seu conhecimento aprofundado sobre o ritmo bíblico, o seu desejo de imortalidade, o seu espírito pioneiro de poeta, enfim, a sua metafísica da alma, que é a transcendência na/em/ pela/com palavra.

Matusalém de Flores é um lenitivo, é flor da vida que não vê a face crua e misteriosa da morte, um manejo de horizontes infinitos, sem idade.
Nos dezessete capítulos do romance de duzentos e oito páginas, em brochura artística primorosa, constatamos a biografia Matusalém/Nejar, que identificamos e logo avançamos sim, para as estrelas, ao tudo, que por si mesmo, nos define. Aliás, "O português tem toda a infância dentro".

Matusalém de Flores abraça teorias da aventura, leia-se, condição humana universal.

                                     8888888888888888888888888888888888888

 

 

 



 











 

Nenhum comentário:

Postar um comentário